Ser síndico em si não é um trabalho fácil, e ainda quando se é mulher nesse papel, pode ficar ainda mais difícil.

Para esse dia da mulher, entrevistamos algumas síndicas de sucesso, que sentem na pele como é desafiador ser mulher e ainda ter o papel de síndica. Fernanda Gazoni, síndica do condomínio Torino, em Orlândia, acredita que tanto os síndicos como as síndicas são cobrados da mesma forma e as exigências são as mesmas, "porém, quando se trata de respeito, alguns não conseguem olhar e acreditar que terão que receber direções estabelecidas por uma mulher, sendo que o desrespeito por parte de alguns ainda existe". Já para Fernanda Lizareli, síndica do condomínio Walter Possos e Safira em Brodowski, "falando especificamente de síndicos, as pessoas acreditam que por ser mulher não temos pulso firme para liderar e resolver os conflitos que encontramos pelo caminho".

E os homens acabam se surpreendendo com a força e determinação feminina. Eleni Brochetto, síndica do condomínio Porto Búzios, afirma que "eles acham que as mulheres não tem competência para exercer certos cargos, mas acabam quebrando a cara rapidinho, pois as mulheres resolvem tudo com muita precisão e responsabilidade"

Muitas vezes, mesmo em tempos em que as mulheres já ocupam os mesmos cargos exercidos pelos homens em todos os setores, elas são intimidadas: "Já me senti intimidada principalmente por moradores homens que se sentem diminuídos por estarem tratando com uma mulher e para rebater nos agridem verbalmente, gritando. Em certos casos até prestadores de serviços acham que podem nos 'engabelar' por achar que não entendemos do que estão falando! Mas no meu caso, me especializei, fiz cursos e estou acostumada nos termos técnicos que eles usam para tratar certos assuntos pensando que não sabemos do que eles estão falando," defende Fernanda Lizareli.

Apesar disso, o papel de síndica é algo valioso  e que traz muita vivência e há sim muito a se ganhar quando a mulher assume esse cargo tão importante. "Confesso que ser síndica me trouxe muita experiência, tolerância e paciência que precisei adquirir, mas também aumentei meu círculo de amizades, porque nem tudo é ruim, existem alguns moradores que nos fazem sentir prazer de exercer esse cargo que realmente é complicado", afirma Eleni Brochetto. Fernanda Gazoni diz que teve suas expectativas superadas: "tem sido tudo muito diferente do que já vivi, a cada dia preciso aprender mais sobre como lidar com muitas cabeças pensantes". Fernanda Lizareli também diz que aprendeu muito e também teve que se especializar e foi além: "fiz o curso, ganhei a eleição pra síndica do meu condomínio e aí parti para outros. Fácil? De maneira alguma, mas o prazer que sinto ao ver os problemas se resolvendo ou quando termino alguma melhoria e os moradores me elogiam, não tem preço.”

Ainda falta muito mais respeito e igualdade no tratamento, mas as mulheres tem lutado e cada vez mais ocupado seu lugar como líderes e gestora de excelência, competência e qualidade.

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